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quinta-feira, 20 de março de 2014

Outono

O vento sussurra aos ramos do bordo
Que o outono é a estação da alma.
A luz do Sol semeia o princípio da vida,
Que desapega para renovar o vigor.
As trevas folheiam o solo com calma
E no frio a sensibilidade fica acolhida.

sábado, 8 de março de 2014

As Palavras e as Coisas Foucault... link para download abaixo

http://geffoucault.blogspot.com.br/p/livros-para-download.html
Mas a relação da linguagem com a pintura é uma relação infinita. Não que a palavra seja imperfeita e esteja, em face do visível, num déficit que em vão se esforçaria por recuperar. São irredutíveis uma ao outro: por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o lugar onde estas resplandecem não é aquele que os olhos descortinam, mas aquele que as sucessões da sintaxe definem.

Parece que certos afásicos não chegam a classificar de maneira coerente as meadas de lãs multicores que se lhes apresentam sobre a superfície de uma mesa; como se esse retângulo unificado não pudesse servir de espaço homogêneo e neutro onde as coisas viessem ao mesmo tempo manifestar a ordem contínua de suas identidades ou de suas diferenças e o campo semântico de sua denominação. Eles formam, nesse espaço unido, onde as coisas normalmente se distribuem e se nomeiam, uma multiplicidade de pequenos domínios granulosos e fragmentários onde semelhanças sem nome aglutinam as coisas em ilhotas descontínuas; num canto, colocam as meadas mais claras, noutro, as vermelhas, aqui, aquelas que têm uma consistência mais lanosa, ali, aquelas mais longas, ou as que tendem ao violeta, ou as que foram enroladas em novelo. Mas, mal são esboçados, todos esses agrupamentos se desfazem, pois a orla de identidade que os sustenta, por mais estreita que seja, é ainda demasiado extensa para não ser instável; e, infinitamente, o doente reúne e separa, amontoa similitudes diversas, destrói as mais evidentes, dispersa as identidades, superpõe critérios diferentes, agita-se, recomeça, inquieta-se e chega finalmente à beira da angústia.


A ordem é ao mesmo tempo aquilo que se oferece nas coisas como sua lei interior, a rede secreta segundo a qual elas se olham de algum modo umas às outras e aquilo que só existe através do crivo de um olhar, de uma atenção, de uma linguagem; e é somente nas casas brancas desse quadriculado que ela se manifesta em profundidade como já presente, esperando em silêncio o momento de ser enunciada.

Nesse limiar apareceu pela primeira vez esta estranha figura do saber que se chama homem e que abriu um espaço próprio às ciências humanas.Tentando trazer à luz esse profundo desnível da cultura ocidental, é a nosso solo silencioso e ingenuamente imóvel que restituímos suas rupturas, sua instabilidade, suas falhas; e é ele que se inquieta novamente sob nossos passos.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Vi esta senhora andar, lá pelos lados da zona cerealista de São Paulo, início do Brás, fotografei e fiz uma arte digital para nossa brava gente...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ilusão humana

Jamais nos atemos ao tempo presente. Antecipamos o futuro, algo demasiado lento por vir, como para acelerar seu curso; ou nos lembramos do passado, a fim de detê-lo tão rápido nos parece. De tão imprudentes vagamos nos tempos que não são nossos e deixamos de pensar no único que nos pertence. E de tão vãos, pensamos nos tempos que nada são e escapamos, sem refletir, do único que subsiste. É que o presente, de costume, nos fere. Ocultamo-lo da visão porque nos aflige; e se nos é agradável, lamentamos vê-lo escapar. Esforçamo-nos para sustentá-lo através do futuro, e projetamos coisas que não estão em nosso poder num tempo que não sabemos se irá chegar. Se cada um examinar seus pensamentos, irá encontrá-los todos ocupados no passado ou no futuro. Quase nunca pensamos no presente; e se nele pensamos é só para extrair-lhe a luz e dispor do futuro. O presente jamais é nosso fim. Assim, nunca vivemos, mas sim esperamos viver. E nos dispondo sempre a ser felizes, acabamos por nunca sê-lo. Pascal
                                                                                                                                         

segunda-feira, 22 de julho de 2013

INTREPIDEZ

INTREPIDEZ

O espírito da casa repousa no duplo recanto
Das coisas, e cada coluna de sustentação
É uma vértebra humana que resiste ao peso
Da existência efêmera.

Lembra de acordar os vãos adormecidos
E abrigar ali, a intuição da verdade,
Para quando a energia acabar,
Os teu olhos de gato no escuro enxergar.

Ampla é a tua sala, a transparecer
Na solidão de cada fragmento melódico,
A contradição alegre do choro, dentre
A sólida intrepidez da porta aberta.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Camafeu

Peço perdão pela imaturidade e se me ajudar catar os restos dos nossos sentimentos para compor uma partitura, quem sabe eu possa entoar a canção, antes de atravessar a ponte afetuosa que nos liga um ao outro.
retirado do livro Alice em ritmo de rapsódia de leila aquino resplandes

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Estudos com Illustrator


Canção das horas

Canta uma canção que me faça voar
no som nervoso de todas as metáforas,
então desperta o rigor frio nos meus pés quentes,
assim os meus ossos serão resíduos a dançar


no brilho dos pensamentos persistentes,
quando o horizonte alcançar as todas horas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Alice no Subterrâneo

http://clubedeautores.com.br/book/2264--Alice_no_Subterraneo

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Sem Medo de Odores

Olhos vivos encharcados
de peixinhos voadores
e broqueis achados
em suspiros sofredores
Vê os tesouros de cruzados
Cruzeiros em reais agitadores
De ventos emersos a cercados
De pútridos odores
Dos porcos inebriados
No calor branco dos vapores

O tempero de toda solução
para a plena felicidade
contida no mistério divino
sem nenhum sinal de idade
e cantado em hino
está no aquecido coração
a bater como um sino
no baile da respiração
arfante de toda da cidade
envolvida em nuvens de comoção
Ó desfaz-te de dores e marcadores
E vem celebrar com teus amores

poesia retirada do livro Alice no Subterrâneo de leila aquino

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Fantasma da Meta

A obsessão por metas é a causa de dualidade e resulta em mundos alternativos. A rejeição de uma meta aproxima Nietzche de Schopenhouer, quando afirma que vontade e meta são incompatíveis, já que esta última é cega e só deseja, sem saber o quê e o porquê. As metas são simples fantasmas, “representações malucas ou até ilusões. Toda idéia é um fantasma, quem enxerga através dele só tem como consolação a arte.

terça-feira, 3 de março de 2009

corpo

“O corpo como verdadeira base de cultura antecede sociedade” Schopenhouer